domingo, 13 de maio de 2012

ÁFRICA BERÇO DA HUMANIDADE

ÁFRICA BERÇO DA HUMANIDADE



Existem inúmeros locais no mundo que podem ser considerados berço da humanidade, segundo o ponto de vista arqueológico, o berço da humanidade é a África (o principal local) face as descobertas de fósseis. Tanto na África do Sul, como no Grande Vale do Rift, entre o Quénia e a Etiópia, foram encontrados restos de hominídeos - e do próprio género Homo - datados em vários milhões de anos e as de hominídeos são incidentes dessa região.

No entanto, devido a outros factores, como tempo de existência, civilização e religião, o pequeno país no oriente médio Líbano é reconhecido pelos historiadores como berço da humanidade.

            Este trabalho tem como tema: África o berço da humanidade, serão destacados os seguintes sub tema: Berço Das Primeiras Civilizações Mundiaiso Preconceito Da África Sem Históriao Papel De Vanguarda Tecnológica Da Áfricaum Dos Primeiros Sistemas De Colonização No Mundoexpansão Dos Impérios Africanosa Luta De Classes Dentro Da África
 

ÁFRICA

A História da África é conhecida no Ocidente por escritos que datam da Antiguidade clássica. No entanto, vários povos deixaram testemunhos ainda mais verosímeis da sua existência. Além disso, os mais antigos fósseis de hominídeos, com cerca de cinco milhões de anos, foram encontrados na África.

O Egipto foi provavelmente o primeiro Estado a constituir-se na África, há cerca de 5000 anos, mas muitos outros reinos ou cidades-estado se foram sucedendo neste continente, ao longo dos séculos. Para além disso, a África foi, desde a antiguidade, procurada por povos doutros continentes, que buscavam as suas riquezas, por vezes ocupando partes do "Continente Negro" por largos períodos. A estrutura actual de África, no entanto, é muito recente – meados do século XX – e resultou da colonização europeia.

De facto, a divisão entre estados que hoje existe resultou da partilha da África pelas potências coloniais europeias, consagrada na Conferência de Berlim. Com excepção da Etiópia, que só foi dominada pela Itália durante um curto período, e da Libéria, um estado criado pelos Estados Unidos da América durante o processo de abolição da escravatura, no século XIX, todos os países da África contemporânea foram constituídas como colónias europeias, nos séculos XIX e XX, e apenas conheceram a sua independência na segunda metade do século XX.

ÁFRICA BERÇO DA HUMANIDADE

Segundo Elisa Larkin Nascimento em Introdução à história da África, a África é considerada o berço da humanidade e da civilização porque podemos verificar que passando por ancestrais pertencentes a várias espécies do género Australopithecus e às espécies primitivas do género Homo (desde o Homo habilis até o Neandertal e seus pares) - que o caminho evolutivo conduz o Homo sapiens ao homem moderno. Afirma a autora, e hoje é consenso entre cientistas que esse processo evolutivo teve seu começo na África.

O Homo erectus, hominídeo autor de importantes avanços na manufactura de implementos como o machado, teria saído da África há quase dois milhões de anos,   em ondas migratórias rumo à Ásia e à Europa, iniciando o povoamento do mundo. E, segundo a autora, o consenso científico sustenta ainda que o homem moderno (Homo sapiens sapiens) também evoluiu na África e de lá saiu, há mais ou menos150 mil anos, em uma segunda fase de ondas migratórias através da Eurásia. Isso é comprovado pelas ossadas fósseis, pelos indícios da manufactura de implementos e da arte primitiva encontrada no continente africano.

E como se não bastassem as evidências acima, as pesquisas na área genética indicam com nitidez uma origem comum do homem moderno na África.

Assim a transformação de formas arcaicas do Homo Sapiens em formas modernas teria ocorrido primeiramente na África, o que nos levaria a concluir que todos os humanos de hoje são descendentes de africanos. Estes se espalharam pela Eurásia dando início a um processo de intercâmbios genéticos, que se processa até hoje. Esses intercâmbios teriam provocado novas características às populações locais.

O continente africano, palco exclusivo dos processos interligados de hominização e de sapienização, é o único lugar do mundo onde se encontram, em perfeita sequência geológica, e acompanhados pelas indústrias líticas ou metalúrgicas correspondentes, todos os indícios da evolução da nossa espécie a partir dos primeiros ancestrais hominídeos. A humanidade, antiga e moderna, desenvolveu-se primeiro na África e logo, progressivamente e por levas sucessivas, foi povoando o planeta inteiro

Pela tradição, eurocêntrica e hegemónica, costuma alinhar o fato histórico com a aparição, recente, da expressão escrita, criando os infelizes conceitos de povos “com história” e de povos “sem história” que, eventualmente, o etnólogo Lucien LEVY-BRUHL iria transformar em “povos lógicos” e “povos pré-lógicos”. Mas a história propriamente dita é a interacção consciente entre a humanidade e a natureza, por uma parte, e dos seres humanos entre si, por outra. Por conseguinte, a aparição da humanidade como espécie diferenciada no reino animal, abre o período histórico. O termo “pré-história”, tão abusivamente utilizado pelos especialistas das disciplinas humanas, é uma dessas criações que doravante deverá ser utilizada com maior circunspecção.

Segundo Elisa Larkin Nascimento: A espécie humana nos livros didácticos é geralmente representada com a imagem do homem branco, e as teorias pseudo-científicas de hierarquia entre as “raças” destituíram o africano de sua condição humana tratando-os como “selvagens” ou “primitivos”, classificados como seres subumanos ou irremediavelmente inferiores.

Contudo hoje sabemos que a África é o berço da humanidade e do desenvolvimento civiliza tório. Aquela ideia da velha divisão da humanidade em diferentes “raças” carece de fundamento biológico. É uma construção histórica, cultural e social.

Hoje sabemos que há quase dois milhões de anos, o Homo erectus, hominídeo autor de importantes avanços na manufactura de implementos como o machado, saiu da África em ondas migratórias rumo à Ásia e à Europa, assim iniciando o povoamento do mundo.

O homem moderno (Homo sapiens sapiens) também evoluiu na África e de lá saiu, há mais ou menos150 mil anos, em uma segunda fase de ondas migratórias através da Eurásia. Ao espalharem-se pela Eurásia, os humanos que saíram do continente africano deram início a um processo de intercâmbios genéticos o qual não cessou até hoje.

Esse intercâmbio resultou no aparecimento de características novas às populações locais. Concluímos aqui que os seres humanos pertencem todos à mesma espécie, e que eles evoluíram de uma ancestralidade comum iniciada na África.

A África, ao contrário do que se imagina por falta de informações, tem sido palco de alguns dos maiores avanços tecnológico da história: seja na prática agrícola, na criação de gado, na mineração, na arquitectura e na engenharia, com construções de grandes centros urbanos, e ainda na sofisticação da organização política, na prática da medicina e no avanço do conhecimento e da reflexão intelectual.

E a imagem que temos da África é a de um continente sem história. Sabemos hoje que os povos africanos já navegavam os mares à procura da rota para as índias milénios antes das caravelas portuguesas e espanholas.

BERÇO DAS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES MUNDIAIS

Uma das singularidades da África decorre do fato de esse continente ter sido o precursor mundial das sociedades agro-sedentárias e dos primeiros Estados burocráticos, particularmente ao longo do rio Nilo (Egipto, Kerma e Kush). Ao longo dos séculos, as riquezas destes Estados, assim como as riquezas do império de Axum, na parte oriental do continente, e do império de Cartago, situado na porção setentrional, aguçaram a cobiça de inúmeros povos vizinhos, desde o Mediterrâneo europeu (gregos e romanos) e o Oriente Médio semita (hicsos, assírios, persas, turcos, árabes), até o sudeste asiático (indonésios).
  
O PRECONCEITO DA ÁFRICA SEM HISTÓRIA

De há muito tempo o continente africano é apresentado pela imprensa mundial como sendo a área do planeta onde predominam a fome, as guerras, as epidemias, os extermínios em massa, etc. Em suma, é o lugar mundial da pobreza e da morte. A causa dessas calamidades são apresentadas como sendo inerentes aos povos africanos, isto é, por estarem ainda no estágio tribal de desenvolvimento, não conseguem viver "civilizadamente". Neste sentido, tudo não passa de um processo de auto-extinção dos próprios africanos. Todos os conflitos neste continente são colocados como sendo de carácter étnico ou tratados como meras guerras tribais.

Estas concepções tentam encobertar as verdadeiras razões actuais que provocam estas situações, como também descartam a realidade histórica da África. Normalmente, quando se fala em História da África pensa-se no tráfico de escravos, dando uma falsa imagem de que os africanos só viveram esta realidade. Por conta disto, levantar algumas questões a respeito do desenvolvimento histórico dos africanos torna-se fundamental, tanto para entender seu momento actual como para romper com preconceitos já estabelecidos de que na África não houve História antes da presença europeia, mais claramente, a partir da expansão portuguesa pelo litoral africano no século XV.

O PAPEL DE VANGUARDA TECNOLÓGICA DA ÁFRICA

Existe um certo mal-estar no campo da ciência em admitir o fato de que o ser humano e seus antepassados se originaram na África. Sabe-se hoje que a humanidade teve seu início neste continente; portanto, foi aí onde as grandes transformações - que geraram o ser humano actual - se fizeram pela primeira vez. Do mesmo modo, as principais descobertas tecnológicas realizadas nos princípios da humanidade são originárias da África - fogo, instrumentos de matérias variados tais como pedras, ossos, madeiras, etc. - Descobertas e invenções que possibilitaram a expansão dessa espécie pelo planeta e garantiram sua sobrevivência, apesar das dificuldades do meio físico e das ameaças de outras espécies; portanto, foi na África que o ser humano se transformou em um ser que fabrica ferramentas (tecnologia) e se diferenciou consideravelmente das demais espécies.

A África esteve na vanguarda do desenvolvimento da humanidade não só no seu início como também durante um longo tempo do período chamado de civilização (época a qual até hoje vivemos); portanto, foi também nesta parte do planeta que surgiu o que chamamos a primeira civilização humana: o Egipto Antigo. Essa civilização foi apresentada ao mundo por arqueólogos europeus como sendo um povo de “raça” branco. Hoje, historiadores africanos já demonstraram que se tratou de uma civilização de povos negros; na verdade, fora constituída de uma mestiçagem de vários povos africanos existentes ao sul e norte do vale do rio Nilo. As grandiosas realizações desta sociedade são por demais divulgadas em meios de comunicações de vários matizes.

UM DOS PRIMEIROS SISTEMAS DE COLONIZAÇÃO NO MUNDO

Pouco depois do surgimento dos antigos egípcios apareceu uma outra civilização africana chamada de Cuxe (Cush). A civilização cuxita se localizou no mesmo curso do rio Nilo, porém mais ao sul numa área denominada Núbia, região de minas de ouro. Durante sua existência, o Estado cuxita manteve variados tipos de relações internacionais com o Estado vizinho, o Egipto: de inícios comerciais, depois conflitos territoriais e guerras de fronteiras, posteriormente houve uma invasão egípcia à região da Núbia e o consequente domínio sobre os cuxitas com o objectivo principal de ter sob seu controle as minas de ouro. Com este acontecimento deu-se um processo de aculturação dos núbios, isto é, foram obrigados a aceitar a língua, a escrita, os costumes, as artes e, principalmente, a religião dos dominadores; portanto, não aconteceu somente a ocupação militar, mas também um fenómeno de dominação ideológica. Enfim, deu-se uma completa colonização com todos seus requisitos culturais, ideológicos, económicos e sociais. Foi um dos mais antigos sistemas de colonização do mundo. Com o tempo, os cuxitas expulsaram os egípcios e conquistaram sua independência. O mais interessante é que posteriormente os cuxitas deram o troco: invadiram o Egipto e dominaram esse Estado por meio século tornando-se faraós.

EXPANSÃO DOS IMPÉRIOS AFRICANOS

O processo de criação de Estados e Impérios na África iniciou-se há muito tempo (Egipto: 4000 a.C., Cuxe: 2000 a.C.). Entretanto, esteve longe de se resumir a essa região ou cronologia. Na parte ocidental do continente, ao lado do Oceano Atlântico, em torno do grande rio Níger, estados poderosos sucederam-se ao longo dos séculos X e XIV, como por exemplo os reinos de Gana, Mali e Songai. Perto do litoral do golfo do Benin, povos se organizaram em cidades-estado independentes como os chamados Yorubás e outros em confederações a exemplo dos Achantis. Mais ao sul, beirando a floresta equatorial, desenvolveram-se os reinos do Congo e Ngola. Do outro lado do continente, na sua parte oriental, existiu um Império de nome Monomotapa controlador da rota do ouro desta área, assim como o foi o reino do Gana na África Ocidental. Na costa africana oriental, banhada pelo Oceano Índico, desenvolveu-se uma civilização formada por cidades-estado autónomas e em conflitos pelo domínio dos mares e o comércio internacional com árabes, indianos e chineses. Estes povos, conhecidos como civilização Swahili, criaram uma cultura tão profundamente enraizada que até hoje marca os países dessa região da África.

Muitos outros exemplos poderiam ser citados, mas acredito ser suficientes, esses para nos dar uma ideia de sua variedade e complexidade. Vale ressaltar que todas estas civilizações tiveram sua lógica de surgimento, desenvolvimento, decadência e sucessão, como acontecia em todas as regiões do planeta onde houvesse a existência de sociedades humanas. Portanto, os africanos não foram diferentes, neste aspecto mais geral do desenvolvimento das sociedades, dos povos da Europa, Ásia e América.

A LUTA DE CLASSES DENTRO DA ÁFRICA

Em outro ângulo de Análise, a África foi pioneira na criação do que se convencionou chamar de "civilização", o momento pelo qual surge o Estado, as grandes cidades, as artes "sofisticadas", as obras arquitectónicas de grande porte, etc. Porém, o aspecto mais importante a ressaltar é o social, a saber, trata-se do período onde surge a exploração de uns seres humanos por outros; portanto, a existência das classes sociais. Neste sentido, a luta de classe na África era uma realidade desde a antiguidade. Com isto, podemos levantar a ideia de que os conceitos de africanos, negros, "irmãos" etc., não têm muito sentido para os povos desse continente como nós aqui da América acreditamos que tenham. Quaisquer termos que ocultem as diferenças culturais ou sociais na África não possuem maior poder de interpretação da realidade. Havia camadas sociais de privilegiados de um lado e de oprimidos do outro em várias regiões da África desde muito. Isso também, mais uma vez, não os diferencia de outros povos do planeta. Portanto, já existia injustiça social desde tempos remotos no continente africano, antes, inclusive, de chegarem os invasores externos: árabes e europeus. Vale a ressalva de que, para qualquer povo africano, invasor era todo aquele que o desejasse dominar, mesmo sendo um Estado inimigo dentro do próprio continente.
 
Resumo segundo o Fábio Leitão. conclu-se dizendo que África é o Berço da Humanidade, porque foi neste continente, mais concretamente na região oriental que encontraram os vestígios mais antigos da presença do homem. Logo os antropólogos crêem que a vida humana se ramificou pelo mundo a partir de África.

A mais marcante das singularidades africanas é o fato de seus povos autóctones terem sido os progenitores de todas as populações humanas do planeta, o que faz do continente africano o berço único da espécie humana.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

o   NASCIMENTO, Elisa Larkin em Introdução à história da África . In: Educação africanidades Brasil. MEC – SECAD – UnB – CEAD – Faculdade de Educação. Brasília. 2006. p. 33-51.

Fontes:
ü  www.fabiobook1.blogspot.com

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