quinta-feira, 19 de julho de 2012

A ECONOMIA ANGOLANA


A ECONOMIA ANGOLANA

A despeito de existirem determinados factores abonatórios duma retoma do crescimento económico para, os próximos anos, persistem, no entanto certos factores de risco político e económico que importa levar em devida consideração.

Apreciação dos factores de risco de Angola


Risco Politico Curto praz
Risco politica
de longo prazo
Risco Económico
de curto
Risco Económico de  Longo prazo
ANGOLA
Índice
69,0
Ranking
11
Índice
38,6
Ranking
33
Índice
58,5
Ranking
11
Índice
50,2
Ranking
12

De acordo com os autores do relatório, o maior risco politico de longo prazo está associado á fraqueza da democracia interna e aos receios quanto a estabilidade politica trazidos pela sucessão presidencial.

Entre 37 países africanos, o risco politico de longo prazo de Angola é dos maiores, só superado pelo da RDC e do Zimbabué.

Pelo contrário, o posicionamento do pais quanto aos riscos económicos é bom, situando-se no primeiro terço da tabela do business monitor internacional. Os aspectos tidos em consideração para estas classificações prendem-se com a excessiva concentração nas actividades petrolíferas e com a lentidão do processo de diversificação da economia.

Para efeito das projecções sobre o provável comportamento da economia angolana no triénio 2010-2012 foram considerados os seguintes factores de crescimento.

o   Aumento das exportações e do preço do petróleo.

o   Expansão dos projectos agrícolas e das obras de irrigação (Estão previstos investimento de 1, 2 mil milhões de dólares para o desenvolvimento da agricultura entre 2009 e 2010). Estes investimentos serão cobertas com empréstimos chineses e o principal objectivo é o aumento a oferta de bens agrícolas para o mercado interno, melhorar a segurança alimentar e reduzir as importações.
BY FÁBIO LEITÃO 

terça-feira, 17 de julho de 2012

Sociedade e Cultura


SOCIEDADE E CULTURA  

A cultura é uma das principais características humanas, pois somente o homem tem a capacidade de desenvolver culturas, distinguindo-se, dessa forma, de outros seres como os vegetais e animais. Lembrando que a cultura é um elemento social, impossível de se desenvolver individualmente.

Os componentes são: artes, ciências, costumes, sistemas, leis, religião, crenças, exportes, mitos, valores morais e éticos, comportamento, preferências, invenções e todas as maneiras de ser (sentir, pensar e agir).

CONCEITO DA CULTURA

A cultura ao ser definida se refere à literatura, cinema, arte, entre outras, porém seu sentido é bem mais abrangente, pois cultura pode ser considerada como tudo que o homem, através da sua racionalidade, mais precisamente da inteligência, consegue executar. Dessa forma, todos os povos e sociedades possuem sua cultura por mais tradicional e arcaica que seja, pois todos os conhecimentos adquiridos são passados das gerações passadas para as futuras.

COMPONENTES DA CULTURA

Componentes da cultura são: artes, ciências, costumes, sistemas, leis, religião, crenças, exportes, mitos, valores morais e éticos, comportamento, preferências, invenções e todas as maneiras de ser (sentir, pensar e agir).

PADRÕES DA CULTURA

Padrões culturais são, segundo Herskovits (1963:231), “os contornos adquiridos pelos elementos de uma cultura, as coincidências dos padrões individuais de conduta, manifestos pelos membros de uma sociedade, que dão ao modo de vida essa coerência, continuidade e forma diferenciada”.

O padrão de comportamento consiste em uma norma comportamental, estabelecida pelos membros de determinada cultura. Essa norma é relativamente homogénea, aceita pela sociedade, e reflecte as maneiras de pensar, de agir e de sentir do grupo, assim como os objectos materiais correlatos.

Herskovits aponta dois significados nos padrões, que embora pareçam contraditórios, na verdade, são complementares:

a. Forma - quando diz respeito às características dos elementos.
Exemplo - Casas cobertas de telha e não de madeira.
b. Psicológico - quando se refere à conduta das pessoas.
Exemplo - Comer com talher e não com pauzinhos.

Os indivíduos, através do processo de endoculturação, assimilam os diferentes elementos da cultura e passam a agir de acordo com os padrões estabelecidos pelo grupo ou sociedade.

VALORES CULTURAIS

O termo cultura tem dois significados: o significado mais antigo é a formação do homem, é a busca de conhecimento. Ainda hoje algumas pessoas simples pensam assim: uma pessoa tem mais ou menos cultura que outra quando, quando tem um grau de estudo ou conhecimento mais elevado. E de forma mais popular, cultura é tudo aquilo que o homem cria em conjunto, ou seja, em grupo.

Valores culturais são aqueles formados e trazidos por uma determinada sociedade, clã ou grupo ao longo desde os seus primórdios, como se fosse uma tradição.
O HOMEM PRODUTO E PRODUTOR DA CULTURA

Sabemos que a cultura, é aquilo que é criado pelo Homem. A palavra cultura pode, também, exprimir a totalidade, ou uma parte do pensamento e das acções que distinguem uma sociedade de outra.

Assim, podemos dizer que o factor cultural na vida dos povos, é o que de mais essencial faz perpetuar a sua maneira de ser e de estar no mundo. Deste modo, podemos afirmar que há uma pluralidade de culturas que convivem em diferentes tempos e lugares.

A cultura em se, é aquilo que faz com que o Homem seja aquilo que é, numa sociedade específica e num tempo próprio. Falar de cultura é essencialmente falar do Homem, das suas faculdades, do seu desenvolvimento, da sua maneira de ver e entender o cosmos, de compreender o sobrenatural.

A cultura é o desejo permanente e incessante do Homem se conhecer, crescer no mundo e escrever a história.  

SUB CULTURA

As subculturas correspondem a subdivisões da cultura dominante que a ela se opõem. Coexistem na mesma sociedade ainda que em oposição. Na sociedade moderna existem diversas subculturas.

O termo subcultura tem sido utilizado em sociologia sobretudo no estudo da juventude e do desvio. O ramo da criminologia estudou a delinquência e os gangs juvenis à luz de teorias baseadas no conceito de subcultura.

O conceito de subcultura comporta dois problemas de difícil resolução analítica. Por um lado, é um conceito de difícil definição pois as suas características determinantes nunca foram encontradas com clareza. Daqui deriva que seja por vezes complicado distinguir uma subcultura de uma manifestação que se afaste dos parâmetros da classe dominante. Ou seja, ao falar em subcultura corre-se o risco de se estar a adoptar um ponto de vista minado por preconceitos de classe. Por outro lado, o conceito de subcultura supõe que seja possível identificar com clareza a cultura dominante. Ora, a fragmentação das sociedades actuais torna difícil essa identificação.


CONTRA CULTURA

Surgida nos Estados Unidos na década de 1960, a contracultura pode ser entendida como um movimento de contestação de caráter social e cultural. Nasceu e ganhou força, principalmente entre os jovens desta década, seguindo pelas décadas posteriores até os dias atuais. 

Contracultura é um movimento que tem seu auge na década de 1960, quando teve lugar um estilo de mobilização e contestação social e utilizando novos meios de comunicação em massa. Jovens inovando estilos, voltando-se mais para o anti-social aos olhos das famílias mais conservadoras, com um espírito mais libertário, resumido como uma cultura underground,

Actualmente a contracultura ainda vive, porém esta preservada em pequenos grupos sociais e artísticos que contestam alguns parâmetros estabelecidos pelo mercado cultural, governos e movimentos tradicionalistas.


RELATIVISMO CULTURAL E ETNOCENTRISMO CULTURA

Interculturalismo - A integração de estudantes africanos nas escolas portuguesas prende-se directamente com o conceito de interculturalismo. O interculturalismo implica a integração de indivíduos e grupos étnicos minoritários numa sociedade com uma cultura diferente. Assim, estas minorias étnicas poderiam expressar e manter elementos distintivos da sua cultura ancestral, especialmente em relação à língua e à religião.

Podemos dizer que o interculturalismo defende a ausência de desvantagens sociais e económicas ligadas a aspectos étnicos ou religiosos; a oportunidade de participar nos processos políticos, sem obstáculos do racismo e da discriminação e o envolvimento de grupos minoritários na formulação e expressão da identidade nacional.

O modelo intercultural afirma-se no cruzamento e miscigenação cultural, sem imposições.

O interculturalismo consiste em pensar que nós nos enriquecemos através do conhecimento de outras culturas e dos contactos que temos com elas e que desenvolvemos a nossa personalidade ao encontrá-las. As pessoas diferentes deveriam poder viver juntas apesar de terem culturas diferentes. O interculturalismo é a aceitação e o respeito pelas diferenças. Crer no interculturalismo é crer que se pode aprender e enriquecer através do encontro com outras culturas.

A ONU é uma organização que integra pessoas de culturas diferentes, que lutam por um bem comum, ajudando a integrar outras culturas noutras comunidades.

Etnocentrismo - é a atitude pela qual um indivíduo ou um grupo social, que se considera o sistema de referência, julga outros indivíduos ou grupos à luz dos seus próprios valores. Pressupõe que o indivíduo, ou grupo de referência, se considere superior àqueles que ele julga, e também que o indivíduo, ou grupo etnocêntrico, tenha um conhecimento muito limitado dos outros, mesmo que viva na sua proximidade.

O termo etnocentrismo foi utilizado pela primeira vez por W. G. Sumner (1906), e corresponde à atitude pela qual os hábitos ou comportamentos próprios são acriticamente encarados como sendo indiscutivelmente superiores aos hábitos ou comportamentos de outrém. É a atitude pela qual um indivíduo ou um grupo toma como referência os valores partilhados no seu próprio grupo, quando avalia os mais variados assuntos. É uma atitude que encara o próprio grupo como se fosse o centro da realidade.

Relativismo cultural - Princípio que afirma que todos os sistemas culturais são intrinsecamente iguais em valor, e que os aspectos característicos de cada um têm de ser avaliados e explicados dentro do contexto do sistema em que aparecem.

A comunidade Hippie é um exemplo de relativismo cultural, são respeitados pela sociedade e respeitam-na, mas não vivem segundo os seus costumes e ideais, e vivem  sem seguir as tendências da sociedade.

ASSIMILAÇÃO E ACULTURAÇÃO

Aculturação - Termo que designa o processo de contacto entre culturas diferentes e as suas consequências. Refere-se tanto à interacção directa entre culturas como à exposição de uma cultura a outra através dos mas média ou de outras formas de comunicação.

Assimilação - Processo social que dá solução definitiva e tranquila a um conflito social. É pela assimilação que se suspendem os conflitos. Trata-se de um processo de ajustamento pelo qual indivíduos ou grupos diferentes tornam-se mais semelhantes

Portanto: Aculturação: mistura de culturas por meio do contacto entre os povos.
Assimilação: quando a gente deixa de ter os nossos costumes para pertencer à cultura do outro.

IDEOLOGIA E CULTURA


Ideologia é um termo que possui diferentes significados e duas concepções: a neutra e a crítica. No senso comum o termo ideologia é sinónimo ao termo ideário, contendo o sentido neutro de conjunto de ideias, de pensamentos, de doutrinas ou de visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo, orientado para suas acções sociais e, principalmente, políticas

Como podemos perceber, as construções ideológicas fazem-se presentes no seio de nossa sociedade, passando-nos praticamente despercebidos, afinal este é o seu principal objectivo, conduzido de tal maneira que "de modo geral pode-se afirmar que os padrões de comportamento detectados nas análises culturais das sociedades não são concebidos estrita e necessariamente como possíveis instrumento de dominação de classes ou grupos de indivíduos por outras classes ou grupos" (, p. 184). Destrate, há o relacionamento directo do campo da cultura com ideologia, do campo das ideias e das representações que os homens constroem sobre a sociedade (o chamado universo simbólico) e o campo da produção e reprodução material dessa sociedade.

  RESUMO

 

Conclui que o conceito de cultura,  tal como o de sociedade,  é uma das noções mais amplamente usadas em Sociologia. A cultura consiste nos valores de um dado grupo de pessoas, nas normas que seguem e nos bens materiais que criam. Os valores são ideias abstractas, enquanto as normas são princípios definidos ou regras que se espera que o povo cumpra. As normas representam o «permitido» e o «interdito» da vida social. Assim, a monogamia – ser fiel a um único parceiro matrimonial – é um valor proeminente na maioria das sociedades ocidentais. Em muitas outras culturas, uma pessoa é autorizada a ter várias esposas ou esposos simultaneamente. As normas de comportamento no casamento incluem, por exemplo, como se espera que os esposos se comportem com os seus parentes por afinidade. Em algumas sociedades, o marido ou a mulher devem estabelecer uma relação próxima com os seus parentes por afinidade; noutras, espera-se que se mantenham nítidas distâncias entre eles. BY FABIO LEITAO 

 

  

BIBLIOGRAFIA


Ø Cancian, Renato. Ideologia — Termo tem Vários Significados em Ciências Sociais (em português). Uol Educação. Página visitada em 9 de janeiro de 2012.
Ø Karl Marx (em inglês). Fideus. Página visitada em 10 de janeiro de 2012.
Ø Eagleton, Terry. Ideologia - uma introdução (em português). São Paulo: Ed. da Unesp, 1997. 204 p. ISBN 9788571391482. Página visitada em 11 de janeiro de 2012.
Ø Marx, Karl; Engels, Friedrich. A Ideologia Alemã (em português). 3 ed. São Paulo: Wmf Martins Fontes, 1974. 174 p. ISBN 9788533623453. Página visitada em 11 de janeiro de 2012.
Ø Thompson, John B. Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa (em português). 6 ed. Petrópolis: Vozes, 2000. 430 p. ISBN 9788532614841. Página visitada em 11 de janeiro de 2012.
Ø FIORIN, José Augusto (org.). A organização das sociedades humanas na história da humanidade. Ijuí: Sapiens Editora, 2007.145 p.
BY FABIO LEITAO 

domingo, 13 de maio de 2012

ÁFRICA BERÇO DA HUMANIDADE

ÁFRICA BERÇO DA HUMANIDADE



Existem inúmeros locais no mundo que podem ser considerados berço da humanidade, segundo o ponto de vista arqueológico, o berço da humanidade é a África (o principal local) face as descobertas de fósseis. Tanto na África do Sul, como no Grande Vale do Rift, entre o Quénia e a Etiópia, foram encontrados restos de hominídeos - e do próprio género Homo - datados em vários milhões de anos e as de hominídeos são incidentes dessa região.

No entanto, devido a outros factores, como tempo de existência, civilização e religião, o pequeno país no oriente médio Líbano é reconhecido pelos historiadores como berço da humanidade.

            Este trabalho tem como tema: África o berço da humanidade, serão destacados os seguintes sub tema: Berço Das Primeiras Civilizações Mundiaiso Preconceito Da África Sem Históriao Papel De Vanguarda Tecnológica Da Áfricaum Dos Primeiros Sistemas De Colonização No Mundoexpansão Dos Impérios Africanosa Luta De Classes Dentro Da África
 

ÁFRICA

A História da África é conhecida no Ocidente por escritos que datam da Antiguidade clássica. No entanto, vários povos deixaram testemunhos ainda mais verosímeis da sua existência. Além disso, os mais antigos fósseis de hominídeos, com cerca de cinco milhões de anos, foram encontrados na África.

O Egipto foi provavelmente o primeiro Estado a constituir-se na África, há cerca de 5000 anos, mas muitos outros reinos ou cidades-estado se foram sucedendo neste continente, ao longo dos séculos. Para além disso, a África foi, desde a antiguidade, procurada por povos doutros continentes, que buscavam as suas riquezas, por vezes ocupando partes do "Continente Negro" por largos períodos. A estrutura actual de África, no entanto, é muito recente – meados do século XX – e resultou da colonização europeia.

De facto, a divisão entre estados que hoje existe resultou da partilha da África pelas potências coloniais europeias, consagrada na Conferência de Berlim. Com excepção da Etiópia, que só foi dominada pela Itália durante um curto período, e da Libéria, um estado criado pelos Estados Unidos da América durante o processo de abolição da escravatura, no século XIX, todos os países da África contemporânea foram constituídas como colónias europeias, nos séculos XIX e XX, e apenas conheceram a sua independência na segunda metade do século XX.

ÁFRICA BERÇO DA HUMANIDADE

Segundo Elisa Larkin Nascimento em Introdução à história da África, a África é considerada o berço da humanidade e da civilização porque podemos verificar que passando por ancestrais pertencentes a várias espécies do género Australopithecus e às espécies primitivas do género Homo (desde o Homo habilis até o Neandertal e seus pares) - que o caminho evolutivo conduz o Homo sapiens ao homem moderno. Afirma a autora, e hoje é consenso entre cientistas que esse processo evolutivo teve seu começo na África.

O Homo erectus, hominídeo autor de importantes avanços na manufactura de implementos como o machado, teria saído da África há quase dois milhões de anos,   em ondas migratórias rumo à Ásia e à Europa, iniciando o povoamento do mundo. E, segundo a autora, o consenso científico sustenta ainda que o homem moderno (Homo sapiens sapiens) também evoluiu na África e de lá saiu, há mais ou menos150 mil anos, em uma segunda fase de ondas migratórias através da Eurásia. Isso é comprovado pelas ossadas fósseis, pelos indícios da manufactura de implementos e da arte primitiva encontrada no continente africano.

E como se não bastassem as evidências acima, as pesquisas na área genética indicam com nitidez uma origem comum do homem moderno na África.

Assim a transformação de formas arcaicas do Homo Sapiens em formas modernas teria ocorrido primeiramente na África, o que nos levaria a concluir que todos os humanos de hoje são descendentes de africanos. Estes se espalharam pela Eurásia dando início a um processo de intercâmbios genéticos, que se processa até hoje. Esses intercâmbios teriam provocado novas características às populações locais.

O continente africano, palco exclusivo dos processos interligados de hominização e de sapienização, é o único lugar do mundo onde se encontram, em perfeita sequência geológica, e acompanhados pelas indústrias líticas ou metalúrgicas correspondentes, todos os indícios da evolução da nossa espécie a partir dos primeiros ancestrais hominídeos. A humanidade, antiga e moderna, desenvolveu-se primeiro na África e logo, progressivamente e por levas sucessivas, foi povoando o planeta inteiro

Pela tradição, eurocêntrica e hegemónica, costuma alinhar o fato histórico com a aparição, recente, da expressão escrita, criando os infelizes conceitos de povos “com história” e de povos “sem história” que, eventualmente, o etnólogo Lucien LEVY-BRUHL iria transformar em “povos lógicos” e “povos pré-lógicos”. Mas a história propriamente dita é a interacção consciente entre a humanidade e a natureza, por uma parte, e dos seres humanos entre si, por outra. Por conseguinte, a aparição da humanidade como espécie diferenciada no reino animal, abre o período histórico. O termo “pré-história”, tão abusivamente utilizado pelos especialistas das disciplinas humanas, é uma dessas criações que doravante deverá ser utilizada com maior circunspecção.

Segundo Elisa Larkin Nascimento: A espécie humana nos livros didácticos é geralmente representada com a imagem do homem branco, e as teorias pseudo-científicas de hierarquia entre as “raças” destituíram o africano de sua condição humana tratando-os como “selvagens” ou “primitivos”, classificados como seres subumanos ou irremediavelmente inferiores.

Contudo hoje sabemos que a África é o berço da humanidade e do desenvolvimento civiliza tório. Aquela ideia da velha divisão da humanidade em diferentes “raças” carece de fundamento biológico. É uma construção histórica, cultural e social.

Hoje sabemos que há quase dois milhões de anos, o Homo erectus, hominídeo autor de importantes avanços na manufactura de implementos como o machado, saiu da África em ondas migratórias rumo à Ásia e à Europa, assim iniciando o povoamento do mundo.

O homem moderno (Homo sapiens sapiens) também evoluiu na África e de lá saiu, há mais ou menos150 mil anos, em uma segunda fase de ondas migratórias através da Eurásia. Ao espalharem-se pela Eurásia, os humanos que saíram do continente africano deram início a um processo de intercâmbios genéticos o qual não cessou até hoje.

Esse intercâmbio resultou no aparecimento de características novas às populações locais. Concluímos aqui que os seres humanos pertencem todos à mesma espécie, e que eles evoluíram de uma ancestralidade comum iniciada na África.

A África, ao contrário do que se imagina por falta de informações, tem sido palco de alguns dos maiores avanços tecnológico da história: seja na prática agrícola, na criação de gado, na mineração, na arquitectura e na engenharia, com construções de grandes centros urbanos, e ainda na sofisticação da organização política, na prática da medicina e no avanço do conhecimento e da reflexão intelectual.

E a imagem que temos da África é a de um continente sem história. Sabemos hoje que os povos africanos já navegavam os mares à procura da rota para as índias milénios antes das caravelas portuguesas e espanholas.

BERÇO DAS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES MUNDIAIS

Uma das singularidades da África decorre do fato de esse continente ter sido o precursor mundial das sociedades agro-sedentárias e dos primeiros Estados burocráticos, particularmente ao longo do rio Nilo (Egipto, Kerma e Kush). Ao longo dos séculos, as riquezas destes Estados, assim como as riquezas do império de Axum, na parte oriental do continente, e do império de Cartago, situado na porção setentrional, aguçaram a cobiça de inúmeros povos vizinhos, desde o Mediterrâneo europeu (gregos e romanos) e o Oriente Médio semita (hicsos, assírios, persas, turcos, árabes), até o sudeste asiático (indonésios).
  
O PRECONCEITO DA ÁFRICA SEM HISTÓRIA

De há muito tempo o continente africano é apresentado pela imprensa mundial como sendo a área do planeta onde predominam a fome, as guerras, as epidemias, os extermínios em massa, etc. Em suma, é o lugar mundial da pobreza e da morte. A causa dessas calamidades são apresentadas como sendo inerentes aos povos africanos, isto é, por estarem ainda no estágio tribal de desenvolvimento, não conseguem viver "civilizadamente". Neste sentido, tudo não passa de um processo de auto-extinção dos próprios africanos. Todos os conflitos neste continente são colocados como sendo de carácter étnico ou tratados como meras guerras tribais.

Estas concepções tentam encobertar as verdadeiras razões actuais que provocam estas situações, como também descartam a realidade histórica da África. Normalmente, quando se fala em História da África pensa-se no tráfico de escravos, dando uma falsa imagem de que os africanos só viveram esta realidade. Por conta disto, levantar algumas questões a respeito do desenvolvimento histórico dos africanos torna-se fundamental, tanto para entender seu momento actual como para romper com preconceitos já estabelecidos de que na África não houve História antes da presença europeia, mais claramente, a partir da expansão portuguesa pelo litoral africano no século XV.

O PAPEL DE VANGUARDA TECNOLÓGICA DA ÁFRICA

Existe um certo mal-estar no campo da ciência em admitir o fato de que o ser humano e seus antepassados se originaram na África. Sabe-se hoje que a humanidade teve seu início neste continente; portanto, foi aí onde as grandes transformações - que geraram o ser humano actual - se fizeram pela primeira vez. Do mesmo modo, as principais descobertas tecnológicas realizadas nos princípios da humanidade são originárias da África - fogo, instrumentos de matérias variados tais como pedras, ossos, madeiras, etc. - Descobertas e invenções que possibilitaram a expansão dessa espécie pelo planeta e garantiram sua sobrevivência, apesar das dificuldades do meio físico e das ameaças de outras espécies; portanto, foi na África que o ser humano se transformou em um ser que fabrica ferramentas (tecnologia) e se diferenciou consideravelmente das demais espécies.

A África esteve na vanguarda do desenvolvimento da humanidade não só no seu início como também durante um longo tempo do período chamado de civilização (época a qual até hoje vivemos); portanto, foi também nesta parte do planeta que surgiu o que chamamos a primeira civilização humana: o Egipto Antigo. Essa civilização foi apresentada ao mundo por arqueólogos europeus como sendo um povo de “raça” branco. Hoje, historiadores africanos já demonstraram que se tratou de uma civilização de povos negros; na verdade, fora constituída de uma mestiçagem de vários povos africanos existentes ao sul e norte do vale do rio Nilo. As grandiosas realizações desta sociedade são por demais divulgadas em meios de comunicações de vários matizes.

UM DOS PRIMEIROS SISTEMAS DE COLONIZAÇÃO NO MUNDO

Pouco depois do surgimento dos antigos egípcios apareceu uma outra civilização africana chamada de Cuxe (Cush). A civilização cuxita se localizou no mesmo curso do rio Nilo, porém mais ao sul numa área denominada Núbia, região de minas de ouro. Durante sua existência, o Estado cuxita manteve variados tipos de relações internacionais com o Estado vizinho, o Egipto: de inícios comerciais, depois conflitos territoriais e guerras de fronteiras, posteriormente houve uma invasão egípcia à região da Núbia e o consequente domínio sobre os cuxitas com o objectivo principal de ter sob seu controle as minas de ouro. Com este acontecimento deu-se um processo de aculturação dos núbios, isto é, foram obrigados a aceitar a língua, a escrita, os costumes, as artes e, principalmente, a religião dos dominadores; portanto, não aconteceu somente a ocupação militar, mas também um fenómeno de dominação ideológica. Enfim, deu-se uma completa colonização com todos seus requisitos culturais, ideológicos, económicos e sociais. Foi um dos mais antigos sistemas de colonização do mundo. Com o tempo, os cuxitas expulsaram os egípcios e conquistaram sua independência. O mais interessante é que posteriormente os cuxitas deram o troco: invadiram o Egipto e dominaram esse Estado por meio século tornando-se faraós.

EXPANSÃO DOS IMPÉRIOS AFRICANOS

O processo de criação de Estados e Impérios na África iniciou-se há muito tempo (Egipto: 4000 a.C., Cuxe: 2000 a.C.). Entretanto, esteve longe de se resumir a essa região ou cronologia. Na parte ocidental do continente, ao lado do Oceano Atlântico, em torno do grande rio Níger, estados poderosos sucederam-se ao longo dos séculos X e XIV, como por exemplo os reinos de Gana, Mali e Songai. Perto do litoral do golfo do Benin, povos se organizaram em cidades-estado independentes como os chamados Yorubás e outros em confederações a exemplo dos Achantis. Mais ao sul, beirando a floresta equatorial, desenvolveram-se os reinos do Congo e Ngola. Do outro lado do continente, na sua parte oriental, existiu um Império de nome Monomotapa controlador da rota do ouro desta área, assim como o foi o reino do Gana na África Ocidental. Na costa africana oriental, banhada pelo Oceano Índico, desenvolveu-se uma civilização formada por cidades-estado autónomas e em conflitos pelo domínio dos mares e o comércio internacional com árabes, indianos e chineses. Estes povos, conhecidos como civilização Swahili, criaram uma cultura tão profundamente enraizada que até hoje marca os países dessa região da África.

Muitos outros exemplos poderiam ser citados, mas acredito ser suficientes, esses para nos dar uma ideia de sua variedade e complexidade. Vale ressaltar que todas estas civilizações tiveram sua lógica de surgimento, desenvolvimento, decadência e sucessão, como acontecia em todas as regiões do planeta onde houvesse a existência de sociedades humanas. Portanto, os africanos não foram diferentes, neste aspecto mais geral do desenvolvimento das sociedades, dos povos da Europa, Ásia e América.

A LUTA DE CLASSES DENTRO DA ÁFRICA

Em outro ângulo de Análise, a África foi pioneira na criação do que se convencionou chamar de "civilização", o momento pelo qual surge o Estado, as grandes cidades, as artes "sofisticadas", as obras arquitectónicas de grande porte, etc. Porém, o aspecto mais importante a ressaltar é o social, a saber, trata-se do período onde surge a exploração de uns seres humanos por outros; portanto, a existência das classes sociais. Neste sentido, a luta de classe na África era uma realidade desde a antiguidade. Com isto, podemos levantar a ideia de que os conceitos de africanos, negros, "irmãos" etc., não têm muito sentido para os povos desse continente como nós aqui da América acreditamos que tenham. Quaisquer termos que ocultem as diferenças culturais ou sociais na África não possuem maior poder de interpretação da realidade. Havia camadas sociais de privilegiados de um lado e de oprimidos do outro em várias regiões da África desde muito. Isso também, mais uma vez, não os diferencia de outros povos do planeta. Portanto, já existia injustiça social desde tempos remotos no continente africano, antes, inclusive, de chegarem os invasores externos: árabes e europeus. Vale a ressalva de que, para qualquer povo africano, invasor era todo aquele que o desejasse dominar, mesmo sendo um Estado inimigo dentro do próprio continente.
 
Resumo segundo o Fábio Leitão. conclu-se dizendo que África é o Berço da Humanidade, porque foi neste continente, mais concretamente na região oriental que encontraram os vestígios mais antigos da presença do homem. Logo os antropólogos crêem que a vida humana se ramificou pelo mundo a partir de África.

A mais marcante das singularidades africanas é o fato de seus povos autóctones terem sido os progenitores de todas as populações humanas do planeta, o que faz do continente africano o berço único da espécie humana.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

o   NASCIMENTO, Elisa Larkin em Introdução à história da África . In: Educação africanidades Brasil. MEC – SECAD – UnB – CEAD – Faculdade de Educação. Brasília. 2006. p. 33-51.

Fontes:
ü  www.fabiobook1.blogspot.com

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sexta-feira, 11 de maio de 2012

O BASQUETEBOL ANGOLANO


O BASQUETEBOL ANGOLANO


O basquetebol é um desporto colectivo inventado em 1891 pelo professor de Educação Física canadense James Naismith, na Associação Cristã de Moços de Springfield (Massachusetts), EUA. É jogado por duas equipeis de 5 jogadores, que têm por objectivo passar a bola por dentro de um cesto colocado nas extremidades da quadra, seja num ginásio ou ao ar livre.

Em Dezembro de 1891, o professor de educação física canadense James Naismith, do Springfield College (então denominada Associação Cristã de Moços[3]), em Massachusetts, Estados Unidos, recebeu uma tarefa de seu diretor: criar um esporte que os alunos pudessem praticar em um local fechado, pois o inverno costumava ser muito rigoroso, o que impedia a prática do Beisebol e do Futebol Americano.

James Naismith logo descartou um jogo que utilizasse os pés ou com muito contacto físico, pois poderiam se tornar muito violentos devido às características de um ginásio, local fechado e com piso de madeira. Logo escreveu as treze regras básicas do jogo e pendurou um cesto de pêssegos a uma altura que julgou adequada: 10 pés, equivalente a 3,05 metros, altura que se mantém até hoje; já a quadra possuía, aproximadamente, metade do tamanho da actual.

A HISTÓRIA DO AFROBASKET

A décima edição, disputada de 22 a 30 de Março de 1980, em Marrocos, marcou a estreia da selecção de Angola, cujo país tinha apenas cinco anos de independência e havia organizado a primeira edição do seu campeonato nacional fora da alçada portuguesa, em 1979. Então treinada por um jovem de 29 anos que atende pelo nome de Mário Palma, a formação angolana chegou a Rabat sem grandes veleidades. Angola ficou na sétima posição, o que para os angolanos era um resultado aceitável, face à sua inexperiência no plano internacional.

Este campeonato marcou a estreia de um segundo país lusófono, no caso Moçambique. Foi um dos mais complicados da história do basquetebol africano em razão das muitas ocorrências negativas, algo que o excessivo número (quatro) de faltas de comparência na fase classificatória. O Senegal acabou surpreendido, ainda na primeira fase, pelo “caloiro” Moçambique e teve uma queda inimaginável, ocupando a quinta posição. Duas vezes vice-campeã africana, a Costa do Marfim acabou finalmente por concretizar o seu sonho do título, no que foi secundado no pódio pelo Egipto (segundo) e pela Somália (terceiro), que ocupou essa posição após muitos arranjos administrativos e à “chuva” de ausências que se seguiu à primeira etapa da prova. Não foi uma boa jornada para o basquetebol africano e de Angola, cuja selecção acabou na nona posição, superando apenas Moçambique por… falta de comparência.

O BASQUETEBOL ANGOLANO

Há quem defenda, entretanto que, apesar de ter sido o oficial do exército português e professor de Educação Física do Liceu Central Salvador Correia a organizar a primeira partida de basquetebol que se tem conhecimento no nosso país, na verdade foi Sebastião Pombal o grande impulsionador da modalidade na capital angolana, o primeiro distrito da então província de Angola a ver a bola lançada ao ar. Ele foi dos primeiros a ter uma bola de basquetebol e a jogar com colegas de liceu, o que aguçou o interesse de Pina Cabral, que praticara a modalidade em Portugal continental. Este, de acordo com os defensores de Sebastião Pombal, tratou apenas de aprofundar o estudo da modalidade e iniciar os seus alunos nos rudimentos do basquetebol. Isso é, porém, contrariada por uma peça inserta no diário «A Província de Angola» de 16 de Maio de 1930 que escrevia o seguinte: «Segundo nos consta, deve realizar-se deste belo desporto entre uma equipa da Associação Académica e outro do Sporting Clube de Luanda para a disputa de um pequeno troféu com o nome de Bronze Pina Cabral, o introdutor do basket em Luanda».

AS DIFICULDADES DE AFIRMAÇÃO

O basquetebol conheceu sérias dificuldades para lançar a bola ao ar no primeiro jogo de exibição, embora a 4 de Maio tivesse sido realizado uma partida, cujos intervenientes a imprensa da época não faz referência muito provavelmente por se tratar, como constatamos numa consulta da imprensa da época, de uma espécie de jogo solteiros contra casados.

As dificuldades para o basquetebol se implantar entre o leque de modalidades que já compunham o mosaico desportivo angolano foram de tal ordem que por ocasião do primeiro desafio de demonstração havia apenas três clubes, designadamente os dois que se bateram a 18 de Maio, bem como o Clube Atlético de Luanda.

Nesse capítulo, «A Província de Angola» dava sérios sinais à navegação: «É necessário a estes empreendimentos a boa vontade de meia dúzia de carollas que, não procurando vencer o adversário após uns escassos treinos, tem como fito vencer a resistência passiva de muitos incrédulos que há em Luanda e dentro de certos clubes. À iniciativa da simpática Associação Académica corresponderam o Atlético e o Sporting e certamente outros clubes enfileirar-sehão ao lado destas três agremiações».

O mesmo periódico, ao comentar uma partida de futebol disputada precisamente na mesma tarde de 18 de Maio enveredava pela inevitável comparação com o basquetebol: «Na tarde desportiva de domingo, se o desafio de basket constituía a surpresa duma modalidade nova, o futebol era a certeza dum jogo brilhante e animado. (…) Tal não sucedeu». Ainda assim, ou seja, mesmo sem a popularidade de outras modalidades, a jornada de 18 de Maio de 1930 elevou-se ao patamar do sucesso e mereceu a atenção da imprensa. Dois dias antes do encontro o jornal especializado «Vida Desportiva» anunciava em destaque numa página de interior – à época futebol, remo e atletismo dominavam o noticiário desportivo da província – que «teremos já um desafio de basquetebol no próximo domingo», enquanto após a contenda «A Província de Angola» de 20 de Maio relatava: «Com uma verdadeira enchente realizou-se no campo do Ferrovia, fazendo parte das festas do Sporting Clube de Luanda, o primeiro desafio de basquetebol realizado em Angola, entre o equipa da Associação Académica e o outro do clube promotor.

O jogo que decorreu animado terminou com a vitória do Sporting por 8-5, embora um resultado mais elevado de parte a parte tivesse defendido melhor a marcha do encontro». Esse passo, porém, não foi suficientemente largo para lançar definitivamente a modalidade em Angola. Aliás, após a partida entre «leoninos» e «estudantes» só se voltaria a jogar basquetebol passados seis meses. A resistência dos clubes em abrir as portas a «bola ao cesto» era assustadoramente grande. Na verdade, ninguém queria ceder à tentação do basquetebol. Tanto foi assim que depois dos três primeiros grémios já citados, passados dois anos só o Sport Lisboa e Luanda (depois designado Sport Luanda e Benfica) aderia ao basquetebol.

Na verdade, só em finais da década de 50 é que o basquetebol afirmou-se no então território ultramarino de Angola, com o início de disputa de campeonatos regulares, tanto ao nível distrital (agora provincial) como provincial (nacional), ganhando uma vitalidade tal que em 1969 o Benfica de Luanda sagrou-se campeão de metropolitano, o mesmo que dizer campeonato de Portugal. Então, ou seja a partir de 1963, o campeonato luso era disputado por duas equipas do continente, bem como os campeões de Moçambique e Angola, numa poule a uma volta em cidades indicadas pela Federação Portuguesa de Basquetebol (FAB).

De 1975, altura em que o país ascendeu à independência nacional até aos dias de hoje muitos títulos foram conquistados pelo basquetebol angolano. Sete «Afrobasket’s» ganhos, duas Taça dos Clubes Campeões ganhas, vários títulos de MVP’s para jogadores nacionais e participação de atletas nacionais na única selecção continental formada até agora, algo que aconteceu em 1985 por ocasião do Jubileu da Associação das Federações Africanas de

Basquetebol Amador (AFABA, hoje FIBA-África) - Seguramente, quando Pina Cabral lançou as primeiras sementes à terra jamais imaginou que 75 anos depois a safra dessa sementeira elevaria Angola à condição de principal referência do basquetebol africano e um freguês dos campeonatos do mundo e Jogos Olímpicos, algo que por ocasião de Atlanta’96 mereceu um rasgado elogio do circunspecto e seríssimo periódico norte-americano «The Wall Street Journal».

 HISTÓRIA DO BASQUETEBOL ANGOLANO

Angola apareceu pela primeira vez no mapa internacional de basquetebol nos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992, onde defrontou a selecção norte-americana que ficou conhecida como Dream Team (Equipa de Sonho).

Considerada como o melhor grupo de talentos de basquetebol de sempre, Michael Jordan, Magic Johnson e companhia não mostraram qualquer compaixão aos estreantes africanos, vencendo-os por 116-48, um resultado que ficou na história do basquetebol olímpico.

Agora, 14 anos mais tarde, os Estados Unidos - ou qualquer outra equipa que está no Mundial de Basquetebol – não estão tão ansiosos por defrontar Angola. Angola é um adversário forte, ficou apurado para as eliminatórias depois de ter conseguido três vitórias surpreendentes na fase preliminar, obrigando as selecções da Espanha e da Alemanha a esforçarem-se nos dois jogos finais.

“Hoje mostrámos ao mundo inteiro que temos muito para oferecer,” afirmou Joaquim Gomes, depois de a selecção alemã precisar de três prolongamentos para vencer a congénere angolana por 108-103. “Esforçamo-nos, mostrámos a nossa garra, só enfraquecemos no final.”

A selecção angolana é formada por jogadores das 10 equipas da liga angolana, à excepção de Gomes que passou quatro anos na Escola Americana e jogou durante o último ano na Eiffel Towers na Holanda.

O que falta aos angolanos em talento foi compensado em esforço e trabalho em equipa, ao jogarem mais de 50 jogos durante a preparação para o campeonato.
“Jogamos como uma família,” afirmou Gomes. “Tentamos juntarmo-nos para formar uma peça. Sempre que ganhamos um jogo, o país fica louco. Sempre que ganhamos, fazemos alguém feliz. Sinto-me como se fizesse alguma coisa boa para o país.”

Ao mesmo tempo que Angola terminava um período de 27 anos de guerra civil, a equipa de basquetebol proporcionava-lhe algumas razões para sorrir.
Os Palancas Negras ganharam oito Campeonatos Africanos desde 1989, incluindo os últimos quatro e têm jogado em todos os Jogos Olímpicos desde os de Barcelona em 1992.

CAMPEONATOS

1962
No Egito


1964
No Marrocos


1965
Na Tunísia


1968
No Marrocos


1970
No Egito


1972
No Senegal


1974
Na República Centro Africana


1975
No Egito


1978
No Senegal


1980
No Marrocos


1981
Na Somália


1983
No Egito


1985
Na Costa do Marfim


1987
Na Tunísia


1989
Em Angola


1992
No Egito


1993
No Quênia


1995
Na Argélia


1997
No Senegal


1999
Em Angola


2001
No Marrocos


2003
No Egito


2005
Na Argélia


2007
Em Angola


2009
Na Líbia





RESUMO

“Devido à guerra, o meu país ficou bloqueado e a única coisa que tínhamos para mostrar sobre Angola era o desporto,” disse à Reuters Gustavo Dias Vaz da Conceição, presidente da Federação Angolana de Basquetebol e membro do Comité Olímpico Internacional.

“O futebol é mais importante que o basquetebol, mas o basquetebol apresenta melhores resultados. Angola esteve este ano presente pela primeira vez num Campeonato do Mundo (na Alemanha) e nós participamos pela quinta vez em campeonatos mundiais. O futebol angolano participou três vezes em campeonatos africanos, nós somos campeões africanos oito vezes.”

BIBLIOGRAFIA

o   www.wikipwdia.org
o   Guardian (Steve Keating), Reuters - Edição e Tradução AD   
o   www.fabiobook1.blogspot.com