ÁFRICA BERÇO
DA HUMANIDADE
Existem inúmeros locais no mundo que podem ser
considerados berço da humanidade,
segundo o ponto de vista arqueológico, o berço da humanidade é a África (o principal local) face as
descobertas de fósseis.
Tanto na África do Sul, como no Grande Vale do Rift, entre o Quénia
e a Etiópia,
foram encontrados restos de hominídeos - e do próprio género Homo - datados em vários milhões de anos e as de hominídeos
são incidentes dessa região.
No entanto, devido a outros factores, como tempo de
existência, civilização e religião, o pequeno país no oriente médio Líbano
é reconhecido pelos historiadores como berço da humanidade.
Este trabalho tem como tema: África o
berço da humanidade, serão destacados os seguintes sub tema: Berço Das Primeiras
Civilizações Mundiaiso Preconceito Da África Sem Históriao Papel De Vanguarda
Tecnológica Da Áfricaum Dos Primeiros Sistemas De Colonização No Mundoexpansão
Dos Impérios Africanosa Luta De Classes Dentro Da África
ÁFRICA
O Egipto foi provavelmente o primeiro Estado a
constituir-se na África, há cerca de 5000 anos, mas muitos outros reinos
ou cidades-estado
se foram sucedendo neste continente, ao longo dos séculos. Para além disso, a
África foi, desde a antiguidade, procurada por povos doutros continentes,
que buscavam as suas riquezas, por vezes ocupando partes do "Continente Negro"
por largos períodos. A estrutura actual de África, no entanto, é muito recente
– meados do século XX – e resultou da colonização
europeia.
ÁFRICA BERÇO
DA HUMANIDADE
Segundo Elisa Larkin
Nascimento em Introdução à história da África, a África é considerada o
berço da humanidade e da civilização porque podemos verificar que passando por
ancestrais pertencentes a várias espécies do género Australopithecus e
às espécies primitivas do género Homo (desde o Homo habilis até o
Neandertal e seus pares) - que o caminho evolutivo conduz o Homo sapiens ao homem moderno. Afirma a
autora, e hoje é consenso entre cientistas que esse processo evolutivo teve seu
começo na África.
O Homo erectus,
hominídeo autor de importantes avanços na manufactura de implementos como o
machado, teria saído da África há quase dois milhões de anos, em ondas
migratórias rumo à Ásia e à Europa, iniciando o povoamento do mundo. E, segundo
a autora, o consenso científico sustenta ainda que o homem moderno (Homo
sapiens sapiens) também evoluiu na África e de lá saiu, há mais ou menos150
mil anos, em uma segunda fase de ondas migratórias através da Eurásia. Isso é
comprovado pelas ossadas fósseis, pelos indícios da manufactura de implementos
e da arte primitiva encontrada no continente africano.
E como se não bastassem
as evidências acima, as pesquisas na área genética indicam com nitidez uma
origem comum do homem moderno na África.
Assim a transformação de
formas arcaicas do Homo Sapiens em formas modernas teria ocorrido primeiramente
na África, o que nos levaria a concluir que todos os humanos de hoje são
descendentes de africanos. Estes se espalharam pela Eurásia dando início a um
processo de intercâmbios genéticos, que se processa até hoje. Esses
intercâmbios teriam provocado novas características às populações locais.
O continente africano, palco exclusivo dos processos
interligados de hominização e de sapienização, é o único lugar do mundo onde se
encontram, em perfeita sequência geológica, e acompanhados pelas indústrias
líticas ou metalúrgicas correspondentes, todos os indícios da evolução da nossa
espécie a partir dos primeiros ancestrais hominídeos. A humanidade, antiga e
moderna, desenvolveu-se primeiro na África e logo, progressivamente e por levas
sucessivas, foi povoando o planeta inteiro
Pela tradição, eurocêntrica e hegemónica, costuma
alinhar o fato histórico com a aparição, recente, da expressão escrita, criando
os infelizes conceitos de povos “com história” e de povos “sem história” que,
eventualmente, o etnólogo Lucien LEVY-BRUHL iria transformar em “povos lógicos”
e “povos pré-lógicos”. Mas a história propriamente dita é a interacção
consciente entre a humanidade e a natureza, por uma parte, e dos seres humanos
entre si, por outra. Por conseguinte, a aparição da humanidade como espécie
diferenciada no reino animal, abre o período histórico. O termo “pré-história”,
tão abusivamente utilizado pelos especialistas das disciplinas humanas, é uma
dessas criações que doravante deverá ser utilizada com maior circunspecção.
Segundo
Elisa Larkin Nascimento: A espécie humana nos livros didácticos
é geralmente representada com a imagem do homem branco, e as teorias pseudo-científicas
de hierarquia entre as “raças” destituíram o africano de sua condição humana
tratando-os como “selvagens” ou “primitivos”, classificados como seres
subumanos ou irremediavelmente inferiores.
Contudo hoje sabemos que a África
é o berço da humanidade e do desenvolvimento civiliza tório. Aquela ideia da velha
divisão da humanidade em diferentes “raças” carece de fundamento biológico. É
uma construção histórica, cultural e social.
Hoje sabemos que há quase dois
milhões de anos, o Homo erectus, hominídeo autor de importantes avanços
na manufactura de implementos como o machado, saiu da África em ondas
migratórias rumo à Ásia e à Europa, assim iniciando o povoamento do mundo.
O homem moderno (Homo sapiens
sapiens) também evoluiu na África e de lá saiu, há mais ou menos150 mil
anos, em uma segunda fase de ondas migratórias através da Eurásia. Ao
espalharem-se pela Eurásia, os humanos que saíram do continente africano deram
início a um processo de intercâmbios genéticos o qual não cessou até hoje.
Esse intercâmbio resultou no
aparecimento de características novas às populações locais. Concluímos aqui que
os seres humanos pertencem todos à mesma espécie, e que eles evoluíram de uma
ancestralidade comum iniciada na África.
A África, ao contrário do que se
imagina por falta de informações, tem sido palco de alguns dos maiores avanços
tecnológico da história: seja na prática agrícola, na criação de gado, na
mineração, na arquitectura e na engenharia, com construções de grandes centros
urbanos, e ainda na sofisticação da organização política, na prática da
medicina e no avanço do conhecimento e da reflexão intelectual.
E a imagem que temos da África é
a de um continente sem história. Sabemos hoje que os povos africanos já
navegavam os mares à procura da rota para as índias milénios antes das
caravelas portuguesas e espanholas.
BERÇO DAS
PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES MUNDIAIS
Uma das singularidades da África decorre do fato de
esse continente ter sido o precursor mundial das sociedades agro-sedentárias e
dos primeiros Estados burocráticos, particularmente ao longo do rio Nilo (Egipto,
Kerma e Kush). Ao longo dos séculos, as riquezas destes Estados, assim como as
riquezas do império de Axum, na parte oriental do continente, e do império de
Cartago, situado na porção setentrional, aguçaram a cobiça de inúmeros povos
vizinhos, desde o Mediterrâneo europeu (gregos e romanos) e o Oriente Médio
semita (hicsos, assírios, persas, turcos, árabes), até o sudeste asiático
(indonésios).
O
PRECONCEITO DA ÁFRICA SEM HISTÓRIA
De há muito tempo o continente africano é
apresentado pela imprensa mundial como sendo a área do planeta onde predominam
a fome, as guerras, as epidemias, os extermínios em massa, etc. Em suma, é o
lugar mundial da pobreza e da morte. A causa dessas calamidades são
apresentadas como sendo inerentes aos povos africanos, isto é, por estarem
ainda no estágio tribal de desenvolvimento, não conseguem viver
"civilizadamente". Neste sentido, tudo não passa de um processo de
auto-extinção dos próprios africanos. Todos os conflitos neste continente são
colocados como sendo de carácter étnico ou tratados como meras guerras tribais.
Estas concepções tentam encobertar as
verdadeiras razões actuais que provocam estas situações, como também descartam
a realidade histórica da África. Normalmente, quando se fala em História da
África pensa-se no tráfico de escravos, dando uma falsa imagem de que os
africanos só viveram esta realidade. Por conta disto, levantar algumas questões
a respeito do desenvolvimento histórico dos africanos torna-se fundamental,
tanto para entender seu momento actual como para romper com preconceitos já
estabelecidos de que na África não houve História antes da presença europeia,
mais claramente, a partir da expansão portuguesa pelo litoral africano no
século XV.
O PAPEL DE VANGUARDA TECNOLÓGICA DA
ÁFRICA
Existe um
certo mal-estar no campo da ciência em admitir o fato de que o ser humano e
seus antepassados se originaram na África. Sabe-se hoje que a humanidade teve
seu início neste continente; portanto, foi aí onde as grandes transformações -
que geraram o ser humano actual - se fizeram pela primeira vez. Do mesmo modo,
as principais descobertas tecnológicas realizadas nos princípios da humanidade
são originárias da África - fogo, instrumentos de matérias variados tais como
pedras, ossos, madeiras, etc. - Descobertas e invenções que possibilitaram a
expansão dessa espécie pelo planeta e garantiram sua sobrevivência, apesar das
dificuldades do meio físico e das ameaças de outras espécies; portanto, foi na
África que o ser humano se transformou em um ser que fabrica ferramentas
(tecnologia) e se diferenciou consideravelmente das demais espécies.
A África
esteve na vanguarda do desenvolvimento da humanidade não só no seu início como
também durante um longo tempo do período chamado de civilização (época a qual
até hoje vivemos); portanto, foi também nesta parte do planeta que surgiu o que
chamamos a primeira civilização humana: o Egipto Antigo. Essa civilização foi
apresentada ao mundo por arqueólogos europeus como sendo um povo de “raça”
branco. Hoje, historiadores africanos já demonstraram que se tratou de uma
civilização de povos negros; na verdade, fora constituída de uma mestiçagem de
vários povos africanos existentes ao sul e norte do vale do rio Nilo. As
grandiosas realizações desta sociedade são por demais divulgadas em meios de
comunicações de vários matizes.
UM DOS PRIMEIROS SISTEMAS DE
COLONIZAÇÃO NO MUNDO
Pouco depois
do surgimento dos antigos egípcios apareceu uma outra civilização africana
chamada de Cuxe (Cush). A civilização cuxita se localizou no mesmo curso do rio
Nilo, porém mais ao sul numa área denominada Núbia, região de minas de ouro.
Durante sua existência, o Estado cuxita manteve variados tipos de relações
internacionais com o Estado vizinho, o Egipto: de inícios comerciais, depois
conflitos territoriais e guerras de fronteiras, posteriormente houve uma invasão
egípcia à região da Núbia e o consequente domínio sobre os cuxitas com o objectivo
principal de ter sob seu controle as minas de ouro. Com este acontecimento
deu-se um processo de aculturação dos núbios, isto é, foram obrigados a aceitar
a língua, a escrita, os costumes, as artes e, principalmente, a religião dos
dominadores; portanto, não aconteceu somente a ocupação militar, mas também um fenómeno
de dominação ideológica. Enfim, deu-se uma completa colonização com todos seus
requisitos culturais, ideológicos, económicos e sociais. Foi um dos mais
antigos sistemas de colonização do mundo. Com o tempo, os cuxitas expulsaram os
egípcios e conquistaram sua independência. O mais interessante é que
posteriormente os cuxitas deram o troco: invadiram o Egipto e dominaram esse
Estado por meio século tornando-se faraós.
EXPANSÃO DOS IMPÉRIOS AFRICANOS
O processo de
criação de Estados e Impérios na África iniciou-se há muito tempo (Egipto: 4000
a.C., Cuxe: 2000 a.C.). Entretanto, esteve longe de se resumir a essa região ou
cronologia. Na parte ocidental do continente, ao lado do Oceano Atlântico, em
torno do grande rio Níger, estados poderosos sucederam-se ao longo dos séculos
X e XIV, como por exemplo os reinos de Gana, Mali e Songai. Perto do litoral do
golfo do Benin, povos se organizaram em cidades-estado independentes como os
chamados Yorubás e outros em confederações a exemplo dos Achantis. Mais ao sul,
beirando a floresta equatorial, desenvolveram-se os reinos do Congo e Ngola. Do
outro lado do continente, na sua parte oriental, existiu um Império de nome
Monomotapa controlador da rota do ouro desta área, assim como o foi o reino do
Gana na África Ocidental. Na costa africana oriental, banhada pelo Oceano
Índico, desenvolveu-se uma civilização formada por cidades-estado autónomas e
em conflitos pelo domínio dos mares e o comércio internacional com árabes,
indianos e chineses. Estes povos, conhecidos como civilização Swahili, criaram
uma cultura tão profundamente enraizada que até hoje marca os países dessa região
da África.
Muitos outros
exemplos poderiam ser citados, mas acredito ser suficientes, esses para nos dar
uma ideia de sua variedade e complexidade. Vale ressaltar que todas estas
civilizações tiveram sua lógica de surgimento, desenvolvimento, decadência e
sucessão, como acontecia em todas as regiões do planeta onde houvesse a
existência de sociedades humanas. Portanto, os africanos não foram diferentes,
neste aspecto mais geral do desenvolvimento das sociedades, dos povos da
Europa, Ásia e América.
A LUTA DE CLASSES DENTRO DA ÁFRICA
Em outro
ângulo de Análise, a África foi pioneira na criação do que se convencionou
chamar de "civilização", o momento pelo qual surge o Estado, as
grandes cidades, as artes "sofisticadas", as obras arquitectónicas de
grande porte, etc. Porém, o aspecto mais importante a ressaltar é o social, a
saber, trata-se do período onde surge a exploração de uns seres humanos por
outros; portanto, a existência das classes sociais. Neste sentido, a luta de
classe na África era uma realidade desde a antiguidade. Com isto, podemos
levantar a ideia de que os conceitos de africanos, negros, "irmãos"
etc., não têm muito sentido para os povos desse continente como nós aqui da
América acreditamos que tenham. Quaisquer termos que ocultem as diferenças
culturais ou sociais na África não possuem maior poder de interpretação da
realidade. Havia camadas sociais de privilegiados de um lado e de oprimidos do
outro em várias regiões da África desde muito. Isso também, mais uma vez, não
os diferencia de outros povos do planeta. Portanto, já existia injustiça social
desde tempos remotos no continente africano, antes, inclusive, de chegarem os
invasores externos: árabes e europeus. Vale a ressalva de que, para qualquer
povo africano, invasor era todo aquele que o desejasse dominar, mesmo sendo um
Estado inimigo dentro do próprio continente.
Resumo segundo o Fábio Leitão. conclu-se dizendo que África é o Berço da Humanidade, porque foi
neste continente, mais concretamente na região oriental que encontraram os vestígios
mais antigos da presença do homem. Logo os antropólogos crêem que a vida humana
se ramificou pelo mundo a partir de África.
A mais marcante das singularidades africanas é o fato
de seus povos autóctones terem sido os progenitores de todas as populações
humanas do planeta, o que faz do continente africano o berço único da espécie
humana.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
o
NASCIMENTO, Elisa Larkin em Introdução à
história da África . In: Educação africanidades Brasil. MEC –
SECAD – UnB – CEAD – Faculdade de Educação. Brasília. 2006. p. 33-51.
Fontes:
ü www.fabiobook1.blogspot.com
OBRIGADO VOLTE SEMPRE