domingo, 13 de maio de 2012

ÁFRICA BERÇO DA HUMANIDADE

ÁFRICA BERÇO DA HUMANIDADE



Existem inúmeros locais no mundo que podem ser considerados berço da humanidade, segundo o ponto de vista arqueológico, o berço da humanidade é a África (o principal local) face as descobertas de fósseis. Tanto na África do Sul, como no Grande Vale do Rift, entre o Quénia e a Etiópia, foram encontrados restos de hominídeos - e do próprio género Homo - datados em vários milhões de anos e as de hominídeos são incidentes dessa região.

No entanto, devido a outros factores, como tempo de existência, civilização e religião, o pequeno país no oriente médio Líbano é reconhecido pelos historiadores como berço da humanidade.

            Este trabalho tem como tema: África o berço da humanidade, serão destacados os seguintes sub tema: Berço Das Primeiras Civilizações Mundiaiso Preconceito Da África Sem Históriao Papel De Vanguarda Tecnológica Da Áfricaum Dos Primeiros Sistemas De Colonização No Mundoexpansão Dos Impérios Africanosa Luta De Classes Dentro Da África
 

ÁFRICA

A História da África é conhecida no Ocidente por escritos que datam da Antiguidade clássica. No entanto, vários povos deixaram testemunhos ainda mais verosímeis da sua existência. Além disso, os mais antigos fósseis de hominídeos, com cerca de cinco milhões de anos, foram encontrados na África.

O Egipto foi provavelmente o primeiro Estado a constituir-se na África, há cerca de 5000 anos, mas muitos outros reinos ou cidades-estado se foram sucedendo neste continente, ao longo dos séculos. Para além disso, a África foi, desde a antiguidade, procurada por povos doutros continentes, que buscavam as suas riquezas, por vezes ocupando partes do "Continente Negro" por largos períodos. A estrutura actual de África, no entanto, é muito recente – meados do século XX – e resultou da colonização europeia.

De facto, a divisão entre estados que hoje existe resultou da partilha da África pelas potências coloniais europeias, consagrada na Conferência de Berlim. Com excepção da Etiópia, que só foi dominada pela Itália durante um curto período, e da Libéria, um estado criado pelos Estados Unidos da América durante o processo de abolição da escravatura, no século XIX, todos os países da África contemporânea foram constituídas como colónias europeias, nos séculos XIX e XX, e apenas conheceram a sua independência na segunda metade do século XX.

ÁFRICA BERÇO DA HUMANIDADE

Segundo Elisa Larkin Nascimento em Introdução à história da África, a África é considerada o berço da humanidade e da civilização porque podemos verificar que passando por ancestrais pertencentes a várias espécies do género Australopithecus e às espécies primitivas do género Homo (desde o Homo habilis até o Neandertal e seus pares) - que o caminho evolutivo conduz o Homo sapiens ao homem moderno. Afirma a autora, e hoje é consenso entre cientistas que esse processo evolutivo teve seu começo na África.

O Homo erectus, hominídeo autor de importantes avanços na manufactura de implementos como o machado, teria saído da África há quase dois milhões de anos,   em ondas migratórias rumo à Ásia e à Europa, iniciando o povoamento do mundo. E, segundo a autora, o consenso científico sustenta ainda que o homem moderno (Homo sapiens sapiens) também evoluiu na África e de lá saiu, há mais ou menos150 mil anos, em uma segunda fase de ondas migratórias através da Eurásia. Isso é comprovado pelas ossadas fósseis, pelos indícios da manufactura de implementos e da arte primitiva encontrada no continente africano.

E como se não bastassem as evidências acima, as pesquisas na área genética indicam com nitidez uma origem comum do homem moderno na África.

Assim a transformação de formas arcaicas do Homo Sapiens em formas modernas teria ocorrido primeiramente na África, o que nos levaria a concluir que todos os humanos de hoje são descendentes de africanos. Estes se espalharam pela Eurásia dando início a um processo de intercâmbios genéticos, que se processa até hoje. Esses intercâmbios teriam provocado novas características às populações locais.

O continente africano, palco exclusivo dos processos interligados de hominização e de sapienização, é o único lugar do mundo onde se encontram, em perfeita sequência geológica, e acompanhados pelas indústrias líticas ou metalúrgicas correspondentes, todos os indícios da evolução da nossa espécie a partir dos primeiros ancestrais hominídeos. A humanidade, antiga e moderna, desenvolveu-se primeiro na África e logo, progressivamente e por levas sucessivas, foi povoando o planeta inteiro

Pela tradição, eurocêntrica e hegemónica, costuma alinhar o fato histórico com a aparição, recente, da expressão escrita, criando os infelizes conceitos de povos “com história” e de povos “sem história” que, eventualmente, o etnólogo Lucien LEVY-BRUHL iria transformar em “povos lógicos” e “povos pré-lógicos”. Mas a história propriamente dita é a interacção consciente entre a humanidade e a natureza, por uma parte, e dos seres humanos entre si, por outra. Por conseguinte, a aparição da humanidade como espécie diferenciada no reino animal, abre o período histórico. O termo “pré-história”, tão abusivamente utilizado pelos especialistas das disciplinas humanas, é uma dessas criações que doravante deverá ser utilizada com maior circunspecção.

Segundo Elisa Larkin Nascimento: A espécie humana nos livros didácticos é geralmente representada com a imagem do homem branco, e as teorias pseudo-científicas de hierarquia entre as “raças” destituíram o africano de sua condição humana tratando-os como “selvagens” ou “primitivos”, classificados como seres subumanos ou irremediavelmente inferiores.

Contudo hoje sabemos que a África é o berço da humanidade e do desenvolvimento civiliza tório. Aquela ideia da velha divisão da humanidade em diferentes “raças” carece de fundamento biológico. É uma construção histórica, cultural e social.

Hoje sabemos que há quase dois milhões de anos, o Homo erectus, hominídeo autor de importantes avanços na manufactura de implementos como o machado, saiu da África em ondas migratórias rumo à Ásia e à Europa, assim iniciando o povoamento do mundo.

O homem moderno (Homo sapiens sapiens) também evoluiu na África e de lá saiu, há mais ou menos150 mil anos, em uma segunda fase de ondas migratórias através da Eurásia. Ao espalharem-se pela Eurásia, os humanos que saíram do continente africano deram início a um processo de intercâmbios genéticos o qual não cessou até hoje.

Esse intercâmbio resultou no aparecimento de características novas às populações locais. Concluímos aqui que os seres humanos pertencem todos à mesma espécie, e que eles evoluíram de uma ancestralidade comum iniciada na África.

A África, ao contrário do que se imagina por falta de informações, tem sido palco de alguns dos maiores avanços tecnológico da história: seja na prática agrícola, na criação de gado, na mineração, na arquitectura e na engenharia, com construções de grandes centros urbanos, e ainda na sofisticação da organização política, na prática da medicina e no avanço do conhecimento e da reflexão intelectual.

E a imagem que temos da África é a de um continente sem história. Sabemos hoje que os povos africanos já navegavam os mares à procura da rota para as índias milénios antes das caravelas portuguesas e espanholas.

BERÇO DAS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES MUNDIAIS

Uma das singularidades da África decorre do fato de esse continente ter sido o precursor mundial das sociedades agro-sedentárias e dos primeiros Estados burocráticos, particularmente ao longo do rio Nilo (Egipto, Kerma e Kush). Ao longo dos séculos, as riquezas destes Estados, assim como as riquezas do império de Axum, na parte oriental do continente, e do império de Cartago, situado na porção setentrional, aguçaram a cobiça de inúmeros povos vizinhos, desde o Mediterrâneo europeu (gregos e romanos) e o Oriente Médio semita (hicsos, assírios, persas, turcos, árabes), até o sudeste asiático (indonésios).
  
O PRECONCEITO DA ÁFRICA SEM HISTÓRIA

De há muito tempo o continente africano é apresentado pela imprensa mundial como sendo a área do planeta onde predominam a fome, as guerras, as epidemias, os extermínios em massa, etc. Em suma, é o lugar mundial da pobreza e da morte. A causa dessas calamidades são apresentadas como sendo inerentes aos povos africanos, isto é, por estarem ainda no estágio tribal de desenvolvimento, não conseguem viver "civilizadamente". Neste sentido, tudo não passa de um processo de auto-extinção dos próprios africanos. Todos os conflitos neste continente são colocados como sendo de carácter étnico ou tratados como meras guerras tribais.

Estas concepções tentam encobertar as verdadeiras razões actuais que provocam estas situações, como também descartam a realidade histórica da África. Normalmente, quando se fala em História da África pensa-se no tráfico de escravos, dando uma falsa imagem de que os africanos só viveram esta realidade. Por conta disto, levantar algumas questões a respeito do desenvolvimento histórico dos africanos torna-se fundamental, tanto para entender seu momento actual como para romper com preconceitos já estabelecidos de que na África não houve História antes da presença europeia, mais claramente, a partir da expansão portuguesa pelo litoral africano no século XV.

O PAPEL DE VANGUARDA TECNOLÓGICA DA ÁFRICA

Existe um certo mal-estar no campo da ciência em admitir o fato de que o ser humano e seus antepassados se originaram na África. Sabe-se hoje que a humanidade teve seu início neste continente; portanto, foi aí onde as grandes transformações - que geraram o ser humano actual - se fizeram pela primeira vez. Do mesmo modo, as principais descobertas tecnológicas realizadas nos princípios da humanidade são originárias da África - fogo, instrumentos de matérias variados tais como pedras, ossos, madeiras, etc. - Descobertas e invenções que possibilitaram a expansão dessa espécie pelo planeta e garantiram sua sobrevivência, apesar das dificuldades do meio físico e das ameaças de outras espécies; portanto, foi na África que o ser humano se transformou em um ser que fabrica ferramentas (tecnologia) e se diferenciou consideravelmente das demais espécies.

A África esteve na vanguarda do desenvolvimento da humanidade não só no seu início como também durante um longo tempo do período chamado de civilização (época a qual até hoje vivemos); portanto, foi também nesta parte do planeta que surgiu o que chamamos a primeira civilização humana: o Egipto Antigo. Essa civilização foi apresentada ao mundo por arqueólogos europeus como sendo um povo de “raça” branco. Hoje, historiadores africanos já demonstraram que se tratou de uma civilização de povos negros; na verdade, fora constituída de uma mestiçagem de vários povos africanos existentes ao sul e norte do vale do rio Nilo. As grandiosas realizações desta sociedade são por demais divulgadas em meios de comunicações de vários matizes.

UM DOS PRIMEIROS SISTEMAS DE COLONIZAÇÃO NO MUNDO

Pouco depois do surgimento dos antigos egípcios apareceu uma outra civilização africana chamada de Cuxe (Cush). A civilização cuxita se localizou no mesmo curso do rio Nilo, porém mais ao sul numa área denominada Núbia, região de minas de ouro. Durante sua existência, o Estado cuxita manteve variados tipos de relações internacionais com o Estado vizinho, o Egipto: de inícios comerciais, depois conflitos territoriais e guerras de fronteiras, posteriormente houve uma invasão egípcia à região da Núbia e o consequente domínio sobre os cuxitas com o objectivo principal de ter sob seu controle as minas de ouro. Com este acontecimento deu-se um processo de aculturação dos núbios, isto é, foram obrigados a aceitar a língua, a escrita, os costumes, as artes e, principalmente, a religião dos dominadores; portanto, não aconteceu somente a ocupação militar, mas também um fenómeno de dominação ideológica. Enfim, deu-se uma completa colonização com todos seus requisitos culturais, ideológicos, económicos e sociais. Foi um dos mais antigos sistemas de colonização do mundo. Com o tempo, os cuxitas expulsaram os egípcios e conquistaram sua independência. O mais interessante é que posteriormente os cuxitas deram o troco: invadiram o Egipto e dominaram esse Estado por meio século tornando-se faraós.

EXPANSÃO DOS IMPÉRIOS AFRICANOS

O processo de criação de Estados e Impérios na África iniciou-se há muito tempo (Egipto: 4000 a.C., Cuxe: 2000 a.C.). Entretanto, esteve longe de se resumir a essa região ou cronologia. Na parte ocidental do continente, ao lado do Oceano Atlântico, em torno do grande rio Níger, estados poderosos sucederam-se ao longo dos séculos X e XIV, como por exemplo os reinos de Gana, Mali e Songai. Perto do litoral do golfo do Benin, povos se organizaram em cidades-estado independentes como os chamados Yorubás e outros em confederações a exemplo dos Achantis. Mais ao sul, beirando a floresta equatorial, desenvolveram-se os reinos do Congo e Ngola. Do outro lado do continente, na sua parte oriental, existiu um Império de nome Monomotapa controlador da rota do ouro desta área, assim como o foi o reino do Gana na África Ocidental. Na costa africana oriental, banhada pelo Oceano Índico, desenvolveu-se uma civilização formada por cidades-estado autónomas e em conflitos pelo domínio dos mares e o comércio internacional com árabes, indianos e chineses. Estes povos, conhecidos como civilização Swahili, criaram uma cultura tão profundamente enraizada que até hoje marca os países dessa região da África.

Muitos outros exemplos poderiam ser citados, mas acredito ser suficientes, esses para nos dar uma ideia de sua variedade e complexidade. Vale ressaltar que todas estas civilizações tiveram sua lógica de surgimento, desenvolvimento, decadência e sucessão, como acontecia em todas as regiões do planeta onde houvesse a existência de sociedades humanas. Portanto, os africanos não foram diferentes, neste aspecto mais geral do desenvolvimento das sociedades, dos povos da Europa, Ásia e América.

A LUTA DE CLASSES DENTRO DA ÁFRICA

Em outro ângulo de Análise, a África foi pioneira na criação do que se convencionou chamar de "civilização", o momento pelo qual surge o Estado, as grandes cidades, as artes "sofisticadas", as obras arquitectónicas de grande porte, etc. Porém, o aspecto mais importante a ressaltar é o social, a saber, trata-se do período onde surge a exploração de uns seres humanos por outros; portanto, a existência das classes sociais. Neste sentido, a luta de classe na África era uma realidade desde a antiguidade. Com isto, podemos levantar a ideia de que os conceitos de africanos, negros, "irmãos" etc., não têm muito sentido para os povos desse continente como nós aqui da América acreditamos que tenham. Quaisquer termos que ocultem as diferenças culturais ou sociais na África não possuem maior poder de interpretação da realidade. Havia camadas sociais de privilegiados de um lado e de oprimidos do outro em várias regiões da África desde muito. Isso também, mais uma vez, não os diferencia de outros povos do planeta. Portanto, já existia injustiça social desde tempos remotos no continente africano, antes, inclusive, de chegarem os invasores externos: árabes e europeus. Vale a ressalva de que, para qualquer povo africano, invasor era todo aquele que o desejasse dominar, mesmo sendo um Estado inimigo dentro do próprio continente.
 
Resumo segundo o Fábio Leitão. conclu-se dizendo que África é o Berço da Humanidade, porque foi neste continente, mais concretamente na região oriental que encontraram os vestígios mais antigos da presença do homem. Logo os antropólogos crêem que a vida humana se ramificou pelo mundo a partir de África.

A mais marcante das singularidades africanas é o fato de seus povos autóctones terem sido os progenitores de todas as populações humanas do planeta, o que faz do continente africano o berço único da espécie humana.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

o   NASCIMENTO, Elisa Larkin em Introdução à história da África . In: Educação africanidades Brasil. MEC – SECAD – UnB – CEAD – Faculdade de Educação. Brasília. 2006. p. 33-51.

Fontes:
ü  www.fabiobook1.blogspot.com

OBRIGADO VOLTE SEMPRE




sexta-feira, 11 de maio de 2012

O BASQUETEBOL ANGOLANO


O BASQUETEBOL ANGOLANO


O basquetebol é um desporto colectivo inventado em 1891 pelo professor de Educação Física canadense James Naismith, na Associação Cristã de Moços de Springfield (Massachusetts), EUA. É jogado por duas equipeis de 5 jogadores, que têm por objectivo passar a bola por dentro de um cesto colocado nas extremidades da quadra, seja num ginásio ou ao ar livre.

Em Dezembro de 1891, o professor de educação física canadense James Naismith, do Springfield College (então denominada Associação Cristã de Moços[3]), em Massachusetts, Estados Unidos, recebeu uma tarefa de seu diretor: criar um esporte que os alunos pudessem praticar em um local fechado, pois o inverno costumava ser muito rigoroso, o que impedia a prática do Beisebol e do Futebol Americano.

James Naismith logo descartou um jogo que utilizasse os pés ou com muito contacto físico, pois poderiam se tornar muito violentos devido às características de um ginásio, local fechado e com piso de madeira. Logo escreveu as treze regras básicas do jogo e pendurou um cesto de pêssegos a uma altura que julgou adequada: 10 pés, equivalente a 3,05 metros, altura que se mantém até hoje; já a quadra possuía, aproximadamente, metade do tamanho da actual.

A HISTÓRIA DO AFROBASKET

A décima edição, disputada de 22 a 30 de Março de 1980, em Marrocos, marcou a estreia da selecção de Angola, cujo país tinha apenas cinco anos de independência e havia organizado a primeira edição do seu campeonato nacional fora da alçada portuguesa, em 1979. Então treinada por um jovem de 29 anos que atende pelo nome de Mário Palma, a formação angolana chegou a Rabat sem grandes veleidades. Angola ficou na sétima posição, o que para os angolanos era um resultado aceitável, face à sua inexperiência no plano internacional.

Este campeonato marcou a estreia de um segundo país lusófono, no caso Moçambique. Foi um dos mais complicados da história do basquetebol africano em razão das muitas ocorrências negativas, algo que o excessivo número (quatro) de faltas de comparência na fase classificatória. O Senegal acabou surpreendido, ainda na primeira fase, pelo “caloiro” Moçambique e teve uma queda inimaginável, ocupando a quinta posição. Duas vezes vice-campeã africana, a Costa do Marfim acabou finalmente por concretizar o seu sonho do título, no que foi secundado no pódio pelo Egipto (segundo) e pela Somália (terceiro), que ocupou essa posição após muitos arranjos administrativos e à “chuva” de ausências que se seguiu à primeira etapa da prova. Não foi uma boa jornada para o basquetebol africano e de Angola, cuja selecção acabou na nona posição, superando apenas Moçambique por… falta de comparência.

O BASQUETEBOL ANGOLANO

Há quem defenda, entretanto que, apesar de ter sido o oficial do exército português e professor de Educação Física do Liceu Central Salvador Correia a organizar a primeira partida de basquetebol que se tem conhecimento no nosso país, na verdade foi Sebastião Pombal o grande impulsionador da modalidade na capital angolana, o primeiro distrito da então província de Angola a ver a bola lançada ao ar. Ele foi dos primeiros a ter uma bola de basquetebol e a jogar com colegas de liceu, o que aguçou o interesse de Pina Cabral, que praticara a modalidade em Portugal continental. Este, de acordo com os defensores de Sebastião Pombal, tratou apenas de aprofundar o estudo da modalidade e iniciar os seus alunos nos rudimentos do basquetebol. Isso é, porém, contrariada por uma peça inserta no diário «A Província de Angola» de 16 de Maio de 1930 que escrevia o seguinte: «Segundo nos consta, deve realizar-se deste belo desporto entre uma equipa da Associação Académica e outro do Sporting Clube de Luanda para a disputa de um pequeno troféu com o nome de Bronze Pina Cabral, o introdutor do basket em Luanda».

AS DIFICULDADES DE AFIRMAÇÃO

O basquetebol conheceu sérias dificuldades para lançar a bola ao ar no primeiro jogo de exibição, embora a 4 de Maio tivesse sido realizado uma partida, cujos intervenientes a imprensa da época não faz referência muito provavelmente por se tratar, como constatamos numa consulta da imprensa da época, de uma espécie de jogo solteiros contra casados.

As dificuldades para o basquetebol se implantar entre o leque de modalidades que já compunham o mosaico desportivo angolano foram de tal ordem que por ocasião do primeiro desafio de demonstração havia apenas três clubes, designadamente os dois que se bateram a 18 de Maio, bem como o Clube Atlético de Luanda.

Nesse capítulo, «A Província de Angola» dava sérios sinais à navegação: «É necessário a estes empreendimentos a boa vontade de meia dúzia de carollas que, não procurando vencer o adversário após uns escassos treinos, tem como fito vencer a resistência passiva de muitos incrédulos que há em Luanda e dentro de certos clubes. À iniciativa da simpática Associação Académica corresponderam o Atlético e o Sporting e certamente outros clubes enfileirar-sehão ao lado destas três agremiações».

O mesmo periódico, ao comentar uma partida de futebol disputada precisamente na mesma tarde de 18 de Maio enveredava pela inevitável comparação com o basquetebol: «Na tarde desportiva de domingo, se o desafio de basket constituía a surpresa duma modalidade nova, o futebol era a certeza dum jogo brilhante e animado. (…) Tal não sucedeu». Ainda assim, ou seja, mesmo sem a popularidade de outras modalidades, a jornada de 18 de Maio de 1930 elevou-se ao patamar do sucesso e mereceu a atenção da imprensa. Dois dias antes do encontro o jornal especializado «Vida Desportiva» anunciava em destaque numa página de interior – à época futebol, remo e atletismo dominavam o noticiário desportivo da província – que «teremos já um desafio de basquetebol no próximo domingo», enquanto após a contenda «A Província de Angola» de 20 de Maio relatava: «Com uma verdadeira enchente realizou-se no campo do Ferrovia, fazendo parte das festas do Sporting Clube de Luanda, o primeiro desafio de basquetebol realizado em Angola, entre o equipa da Associação Académica e o outro do clube promotor.

O jogo que decorreu animado terminou com a vitória do Sporting por 8-5, embora um resultado mais elevado de parte a parte tivesse defendido melhor a marcha do encontro». Esse passo, porém, não foi suficientemente largo para lançar definitivamente a modalidade em Angola. Aliás, após a partida entre «leoninos» e «estudantes» só se voltaria a jogar basquetebol passados seis meses. A resistência dos clubes em abrir as portas a «bola ao cesto» era assustadoramente grande. Na verdade, ninguém queria ceder à tentação do basquetebol. Tanto foi assim que depois dos três primeiros grémios já citados, passados dois anos só o Sport Lisboa e Luanda (depois designado Sport Luanda e Benfica) aderia ao basquetebol.

Na verdade, só em finais da década de 50 é que o basquetebol afirmou-se no então território ultramarino de Angola, com o início de disputa de campeonatos regulares, tanto ao nível distrital (agora provincial) como provincial (nacional), ganhando uma vitalidade tal que em 1969 o Benfica de Luanda sagrou-se campeão de metropolitano, o mesmo que dizer campeonato de Portugal. Então, ou seja a partir de 1963, o campeonato luso era disputado por duas equipas do continente, bem como os campeões de Moçambique e Angola, numa poule a uma volta em cidades indicadas pela Federação Portuguesa de Basquetebol (FAB).

De 1975, altura em que o país ascendeu à independência nacional até aos dias de hoje muitos títulos foram conquistados pelo basquetebol angolano. Sete «Afrobasket’s» ganhos, duas Taça dos Clubes Campeões ganhas, vários títulos de MVP’s para jogadores nacionais e participação de atletas nacionais na única selecção continental formada até agora, algo que aconteceu em 1985 por ocasião do Jubileu da Associação das Federações Africanas de

Basquetebol Amador (AFABA, hoje FIBA-África) - Seguramente, quando Pina Cabral lançou as primeiras sementes à terra jamais imaginou que 75 anos depois a safra dessa sementeira elevaria Angola à condição de principal referência do basquetebol africano e um freguês dos campeonatos do mundo e Jogos Olímpicos, algo que por ocasião de Atlanta’96 mereceu um rasgado elogio do circunspecto e seríssimo periódico norte-americano «The Wall Street Journal».

 HISTÓRIA DO BASQUETEBOL ANGOLANO

Angola apareceu pela primeira vez no mapa internacional de basquetebol nos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992, onde defrontou a selecção norte-americana que ficou conhecida como Dream Team (Equipa de Sonho).

Considerada como o melhor grupo de talentos de basquetebol de sempre, Michael Jordan, Magic Johnson e companhia não mostraram qualquer compaixão aos estreantes africanos, vencendo-os por 116-48, um resultado que ficou na história do basquetebol olímpico.

Agora, 14 anos mais tarde, os Estados Unidos - ou qualquer outra equipa que está no Mundial de Basquetebol – não estão tão ansiosos por defrontar Angola. Angola é um adversário forte, ficou apurado para as eliminatórias depois de ter conseguido três vitórias surpreendentes na fase preliminar, obrigando as selecções da Espanha e da Alemanha a esforçarem-se nos dois jogos finais.

“Hoje mostrámos ao mundo inteiro que temos muito para oferecer,” afirmou Joaquim Gomes, depois de a selecção alemã precisar de três prolongamentos para vencer a congénere angolana por 108-103. “Esforçamo-nos, mostrámos a nossa garra, só enfraquecemos no final.”

A selecção angolana é formada por jogadores das 10 equipas da liga angolana, à excepção de Gomes que passou quatro anos na Escola Americana e jogou durante o último ano na Eiffel Towers na Holanda.

O que falta aos angolanos em talento foi compensado em esforço e trabalho em equipa, ao jogarem mais de 50 jogos durante a preparação para o campeonato.
“Jogamos como uma família,” afirmou Gomes. “Tentamos juntarmo-nos para formar uma peça. Sempre que ganhamos um jogo, o país fica louco. Sempre que ganhamos, fazemos alguém feliz. Sinto-me como se fizesse alguma coisa boa para o país.”

Ao mesmo tempo que Angola terminava um período de 27 anos de guerra civil, a equipa de basquetebol proporcionava-lhe algumas razões para sorrir.
Os Palancas Negras ganharam oito Campeonatos Africanos desde 1989, incluindo os últimos quatro e têm jogado em todos os Jogos Olímpicos desde os de Barcelona em 1992.

CAMPEONATOS

1962
No Egito


1964
No Marrocos


1965
Na Tunísia


1968
No Marrocos


1970
No Egito


1972
No Senegal


1974
Na República Centro Africana


1975
No Egito


1978
No Senegal


1980
No Marrocos


1981
Na Somália


1983
No Egito


1985
Na Costa do Marfim


1987
Na Tunísia


1989
Em Angola


1992
No Egito


1993
No Quênia


1995
Na Argélia


1997
No Senegal


1999
Em Angola


2001
No Marrocos


2003
No Egito


2005
Na Argélia


2007
Em Angola


2009
Na Líbia





RESUMO

“Devido à guerra, o meu país ficou bloqueado e a única coisa que tínhamos para mostrar sobre Angola era o desporto,” disse à Reuters Gustavo Dias Vaz da Conceição, presidente da Federação Angolana de Basquetebol e membro do Comité Olímpico Internacional.

“O futebol é mais importante que o basquetebol, mas o basquetebol apresenta melhores resultados. Angola esteve este ano presente pela primeira vez num Campeonato do Mundo (na Alemanha) e nós participamos pela quinta vez em campeonatos mundiais. O futebol angolano participou três vezes em campeonatos africanos, nós somos campeões africanos oito vezes.”

BIBLIOGRAFIA

o   www.wikipwdia.org
o   Guardian (Steve Keating), Reuters - Edição e Tradução AD   
o   www.fabiobook1.blogspot.com